quarta-feira, 19 de março de 2014

Opinião - Halloween de Nádia Batista



O meu texto intitulado Manuel Alves - O Escritor 2.0 teve efeitos maior do que apenas mostrar o novo tipo de escritor que existe, foi também a proverbial gota de água que fez a Nádia Batista  ganhar coragem e lançar-se na auto-publicação e assim tirar o pó aos seus manuscritos, e quem sabe prosseguir e tornar-se uma escritora de relevo, pelo menos assim espero.

Como este é o primeiro trabalho da Nádia vou tentar ser um pouco mais exaustivo na minha opinião para assim e na medida do possível mostrar-lhe onde poderá melhor, dai ter lido este conto duas vezes, o que não quer dizer que não deixe escapar um ou outro aspecto.

Este seu primeiro trabalho é um conto com o titulo Halloween, e insere-se nos géneros do Terror e do Sobrenatural. Vamos conhecer Alexandre, uma paciente num manicómio, que na noite das Bruxas recorda o evento que o lá colocou e assim somos transportados até à sua adolescência.

Começo pelo título: Halloween. O único lugar onde vão encontrar esta palavra é na capa. Ao longo do texto a expressão usada é "Dia das Bruxas" e que seria um titulo bastante melhor. Digo isto porque convém não esquecer que na era do digital as capas dos livros (digitais) perdem a capacidade de atrair os olhos, como acontece com os seus congéneres físicos nas livrarias, portanto um título que faça parar a procura é especialmente importante.

A escrita da Nádia consegue prender o leitor ao texto com um estilo limpo e fluido. Para manter o interesse ela vai colocando sempre alguma pequena reviravolta que nos faz querer avançar e descobrir o que se está a passar, um “truque básico” mas eficaz. O conto é escrito na primeira pessoa, dizem os especialista que não é fácil, mas parece-me que a Nádia se saiu bem neste aspecto.

Nos comentários, expostos no blog Leituras do Fiacha – O Corvo Negro, no post Halloween de Nádia Batista, alguns leitores referem que o texto começa lento e com muitos pormenores e que acaba abruptamente. Concordo com a critica de que aqui e acolá o texto tem pormenores desnecessários, e fosse eu o editor aconselharia a sua eliminação. Quanto à critica do fim abrupto já não concordo, afinal isto é um conto e um conto quer-se curto e conciso o que é o caso. Claro que a nossa curiosidade leva a que queiramos saber sempre mais, mas a magia está em ficar sempre algum mistério.

A escrita da Nádia ainda é “jovem” e ainda tem muito a evoluir e isso nota-se na simplicidade com que ela escreveu, sem grandes floreados ou tiques, longe de ser uma critica negativa, é apenas a constatação de que este é o primeiro passo que a levará a procurar e a encontrar aquilo que é comummente chamado de a voz autoral e se tudo correr bem cá estarei para a ajudar no que puder.

Deixo para final um exercício/desafio para a Nádia, quando a “poeira” assentar volta a pegar neste texto e rescreve-o à luz de todas as opiniões que leste e claro já com mais alguma bagagem literária e não só tu como também todos nós iremos ver a evolução da tua escrita.

Bom trabalho e cá espero ler mais textos teus.


Podem encontrar este conto no site do Smashwords neste link: Halloween de Nádia Batista


10 comentários:

  1. Que surpresa, abrir o blogger e na lista de leituras ter isto :D

    Gostei muito de ter o teu comentário a Halloween. Respondendo a tudo, o título primeiro foi Dia das Bruxas, mas depois esteticamente não gostei de ver na capa e mudei, mas fiquei sempre na dúvida, confesso... :) Quanto à escrita na primeira pessoa, maior parte da minha escrita é-o assim. Os meus principais trabalhos, até agora, são maioritariamente escritos assim... não sei, gosto de me transportar ^^ Os detalhes todos e um fim abrupto é dos meus piores defeitos na escrita. Demoro-me muito no início e depois acaba tudo de repente; sei que tenho de corrigir isso, e em trabalhos com mais páginas parece-me que o final é mais suave :)

    Sugestão anotada :) Daqui a uns meses, quando já não me lembrar bem dele, volto a pegar-lhe, de raiz. Entretanto quem sabe se não há mais nada cá fora ;)

    Obrigada por tudo!!

    Beijinhos

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    1. Olá Nádia

      Obrigado quer pelo teu conto e pelo teu comentário.

      Quanto a esse defeitos, na passada semana estive na apresentação do "Livro sem Ninguém" d Pedro Guilherme-Moreira, que contou com a presença do Afonso Cruz que dizia que ele sabe o começo e fim dos seus textos e ele apenas preenchia o meio. Existem muitos escritores que escrevem o principio e o fim em primeiro ;)

      Espero que continues a escrever e a publicar.

      Um abraço

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  2. Viva Marco,

    Ora aqui está algo que fizeste de forma muito positiva, apontar onde a Nádia pode evoluir e acima de tudo deste sem duvida um forte incentivo para que a Nádia tivesse coragem para publicar um dos seus trabalhos e está muito bom, com aspetos a melhorar mas ainda assim bom :)

    E ela merece ehehe

    Abraço

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    1. Olá Fiacha

      Acima de tudo espero ajudar os novos autores não só com "publicidade", mas, e na medida do possível, ajudando-os a evoluir.

      Um abraço

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  3. Olá. :)
    Marco, o divulgador incansável. :)
    Ainda não li o conto mas acho que a Nádia deveria dar mais atenção ao conteúdo da sinopse. Dito isto, boa sorte com a escrita (porque não basta sermos bons :D ).

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    1. Olá Manuel,

      Pois devia! Estava com esperança de passar despercebido... estou a brincar :) A verdade é que não há muito mais da história a acrescentar, e não sabia muito bem que mais escrever. Vou adicionar o "re-escrever sinopse" à lista das coisas a fazer com este Halloween :)

      E obrigada! ^^

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    2. Olá Manuel

      Obrigado, eu bem tento e é sempre agradável saber que ajudamos um novo autor a dar mais um passo, seja a publicar, a melhor a sua escrita ou a ganhar novos leitores.
      Bom conselho o teu, admito que nem reparei nisso, tal a vontade em ler o conto, obrigado pelo reparo, pois não é só a Nádia que precisa que lhe "puxem as orelhas" ;)

      Um abraço

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    3. Olá Nádia

      Um bom conselho do Manuel. Vai tomando nota destas pequenas coisas, mas não deixes que te distraiam do que está em primeiro lugar: escrever uma boa historia.

      E claro o Manuel tem toda a razão, ser bom não chega, mas cá estamos nós para te dar uma ajuda ;)

      Um abraço

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    4. Uma boa sinopse dá trabalho, mas é esforço imprescindível. É o primeiro "olá" do livro ao leitor. E, para o bem e para o mal, não há segundas primeiras impressões. ;)
      Reparei agora num detalhe da capa. Sugiro que elimines o "De" antes de "Nádia Batista". O nome do autor não necessita de adereços. :)

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    5. Mais uma vez, estás cheio de razão Manuel! Nem me apercebi desse "de", escrevi-o naturalmente, provavelmente por influência do "by [alguém]" da língua inglesa... :)

      E, mais uma vez, obrigada aos dois :D

      Beijinhos

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