quarta-feira, 21 de outubro de 2015

De Regresso ao Futuro ou como um filme pode mudar uma vida



Hoje tudo o que é media (rádio, televisão e internet) fala sobre os filmes da saga Regresso ao Futuro (Back to the Future). Peças jornalísticas nos jornais, rádios e televisão e certamente (muitos) post's em blogs, facebook e afins mais ou menos elaborados, com maior ou menor interesse em que exploram o que o filme acertou e o que falhou, as peripécias das filmagem, etc. Hoje todos recordam a imortal saga cinematográfica de Robert Zemeckis, em que Michael J. Fox deu vida a Marty McFly e Christopher Lloyd encarnou "Doc" Brown. Hoje vamos ver isso tudo, mas à maioria do que virem faltará uma ligação mais profunda.



Para mim Regresso ao Futuro foi mais do que um mero filme que vi e gostei. Ele tocou-me e ao fazê-lo mudou-me. Vi-o pela primeira vez naquela fase impressionável que fica entre o fim da inocência da infância e a tomada de consciência de como é o mundo que é a adolescência (e não, não o fui ver ao cinema, sou um pouco mais novo que isso).



O filme marcou-me porque foi o primeiro que me fez pensar, reflectir, não o mero imaginar da infância, mas verdadeiramente pensar sobre esse fascinante tema que são as viagens no tempo. A isto não será certamente alheio o acontecimento trágico que tinha ocorrido algum tempo antes na minha vida. As viagens no tempo abriram-me as portas da imaginação fazendo-me pensar "E se?".



Escrevi as minhas teorias nas folhas de uma agenda e que ainda hoje devem estar guardas num caixa no cemitério das vidas passadas que são os sótãos. Lembro-me de um episódio caricato: deveria andar no sétimo ano e estava no liceu a escrever e a aperfeiçoar as minhas teorias de viagens no tempo quando um aluno do décimo primeiro ou décimo segundo me apanhou o caderno, pensei que estava tramado, pensei "ele vai ler e rir-se de mim e contar a toda a gente". Começou a ler e foi avançando sem um comentário e uma expressão de concentração. No final passa-me o caderno e diz-me "Muito fixe". Já não me lembro se disse alguma coisa ou se fiquei mudo, mas lembro-me de pensar que se ele, que era mais velho, gostava daquilo talvez houvesse alguma coisa ali digna de perseguir. Não persegui nada daquilo claro.



Talvez se tivesse tido algum incentivo hoje fosse um físico a procurar saber o quão certo ou errado eu estava. Não me tornei um físico e também não me tornarei, mas fiquei a adorar a Ficção Cientifica e a Ciência. E quem sabe se por causa desta minha paixão não irei contagiar algum elemento da geração que agora nasce a tornar-se na pessoa que criará as viagens no tempo? E quem sabe se numa linha temporal alternativa eu, por causa deste filme, não me tornei no cientista que criou as viagens no tempo? Quem sabe...


6 comentários:

  1. Olá Marco, já tinha saudades de passar por aqui e ver coisas novas :)
    Partilho um pouco da tua opinião, apesar de ser mais crescida e ter outra idade quando vi o filme. Mas acho que sem ser um filme extraordinário, porque está longe disso, marcou e penso que colocou muitos a pensar nas viagens do tempo e nesse imaginário que é atravessar séculos e mundos  
    (Já leste "O Mapa do Tempo" ? se não, tens de ler   )
    beijinhos

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    1. Olá Caminhante

      Talvez visto agora não seja um filme assim tão extraordinário, mas naquela altura... Bem o que interessa foi o efeito que teve em mim e em tantos outros.

      Não li esse livro, mas está-me a culpa a roer por ainda não o ter feito, apesar de saber agora que é uma trilogia e por cá só terem editado o primeiro...

      Um abraço

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    2. PS: estiver a ver O Mapa do Tempo na Bertrand e por 5€vou comprar assim que for a uma ;)

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    3. Fazes muito bem, espero que gostes. Eu gostei imenso e não vou comentar muito pois não é conveniente, mas podemos trocar ideias após a tua leitura.
      Eu entendo-te perfeitamente no que diz respeito ao filme. A mim não terá causado tanto impacto, pois a idade era diferente, como já referi, mas achei-o um marco no cinema e nas viagens do tempo e calculo que para um jovem bem novinho esse impacto tenha sido muito maior.
      fica bem :)

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  2. Viva Marco,

    Bolas à tanto tempo que não se via novas da tua parte, mas pronto partilhaste um filme que te marcou eo quanto foi importante para ti, vi o filme e devo confessar que não me marcou tanto como a ti, mas não deixa de ser interessante :D

    Abraço ;)

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    1. Olá Amigo Corvo

      Realmente tenho andado muito afastado, mas agora cá estou e com as energias renovadas.
      Quanto ao filme somos todos diferentes e somos tocados de modo diferente pelas mesmas coisas.

      Um abraço

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