segunda-feira, 8 de abril de 2019

Opinião - Patriarca de Ricardo Dias



Este conto faz, em certos momentos, lembrar aquela que é uma das mais conhecidas distopias: mil novecentos e oitenta e quatro de George Orwell. Mais que uma imitação é uma homenagem a essa obra (é mencionada nas suas páginas algumas vezes). O autor tentar dar um passo mais longe actualizando-a para as preocupações da falta de privacidade que nos assolam nestes dias e como essa mesma falta de privacidade pode ainda piorar num regime totalitário que pretende o controlo absoluto da população. Se na obra de Orwell temos o Big Brother aqui temos o Patriarca (não irei revelar o que é para não estragar a história). Em mil novecentos e oitenta e quatro temos o controlo da historia  aqui  é a vigilância e até onde ela pode ir e o que nos resta como espaço pessoal. É um tema que me agrada e que está cada vez mais na ordem do dia, mas que gostava de ter visto explorado de modo mais profundo (os infodumps não ajudaram, mas já falarei deles). O conto ficou superficial, abaixo do seu potencial. 

Como já disse os infodumps não ajudaram. Bem sei que é necessário dar contexto e que um conto não tem muito "espaço" para tal, mas considero que foi excessiva a falta de equilíbrio entre informar o leitor e os momentos de acção. Na medida do possível gostava de ter visto o autor seguir a regra que diz: Mostra, não digas (Show, don't tell).

Existem algumas falhas na revisão, felizmente poucas, mas que fazem com que tenhamos de parar momentaneamente a leituras para perceber se fomos nós que lemos mal ou se foi mesmo uma falha e isso afecta o ritmo da leitura.

Um conto com (muito) potencial, mas que fica aquém do esperado. 

2 comentários:

  1. Viva,

    Sempre a ler contos, agora é euros deixa lá os contos :D

    Vejo que tem potencial mas que ficou um pouco aquem do esperado, é seguor para o seguinte ;)

    Abraço

    Fiacha

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    Respostas
    1. 😄 acho que os leitores mais novos não vão perceber essa piada 😉

      Já sabes que eu adoro contos, é certo que este não me "encheu as medidas", mas é como dizes: Seguir para o próximo.

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