domingo, 14 de fevereiro de 2021

Opinião - As Crónicas de Allaryia - Volume 4 – A Essência da Lâmina de Filipe Faria

 

A Capa original com a arte do Samuel Santos


Depois de três livros a narrar a viagem a caminho de Asmodeon para descobrir o que aconteceu ao pai de Aewyre, o que acontece no final de terceiro livro, “Marés Negras”, “A  Essência da Lâmina” acaba por ser um livro de transição, funcionando simultaneamente como um prólogo para o que está para vir e uma nova perspectiva de contar a história ao ter a narrativa dividida em mais de quatro pontos de vista. A história avança sem no entanto progredir tanto quanto em livros passados, com uma passada mais lenta. Isto não é um ponto negativo ou positivo, é apenas uma característica deste livro.


Ainda que nenhuma das narrativas progrida muito a que mais atenção recebe é a de Aewyre e Kror e o mistério da Essência da Lâmina com os progressos feitos na Cidadela da Lâmina, embora não cheguem muito longe. As maquinações de Seltor deixam-nos com mais perguntas do que respostas, mas com muita curiosidade para o que se segue. A vida de Lhiannah e Worick em Ul-Thoryn não está nada fácil, alias em toda a Nolwyn paira o espectro da guerra. Taislin está praticamente ausente limitando-se a aparecer no inicio e no fim, embora prometa muito para o próximo volume. Allumno persegue um missão que lhe começa a pesar na consciência e que de certeza irá dar problemas no futuro. E Quenestil e Slayra julgam-se a salvo em Guy-Yrith, mas isso será sol de pouca dura e uma surpresa para eles e para o leitor.  

Arte original do Samuel Santos


O Filipe continua a manter-se fiel ao seu estilo de escrita “afinando-o” ainda mais e no seu todo é algo que eu gosto. Existem elementos que eu aprecio como o uso ostensivo de toda a variedade que a Língua Portuguesa nos oferece, embora às vezes lá apareça uma palavra que não sabemos o significado e tenhas de ir procurar, mas sempre aprendemos algo novo. Já no que concerne às longas e pormenorizadas  descrições não posso dizer que seja um fã. Tenho a certeza que haverá leitores que as apreciem, mas eu nem por isso, é uma opinião pessoal, o meu gosto e não altera o mérito deste e dos outros livros.

A nova e horrivelmente genérica capa da Presença


E que venha o próximo porque estão a torna-se cada vez mais viciantes.

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