domingo, 21 de fevereiro de 2021

Opinião – As Crónicas de Allaryia – Volume 5 – Vagas de Fogo de Filipe Faria

 


Vagas de Fogo, o quinto livro das Crónicas de Allaryia, dá uma reviravolta interessante, acredito que poucos tivessem antevisto ao colocar o destaque em Quenestil. No final do livro o Eahan torna-se um personagem mais completo e com um futuro (ainda) mais relevante na história, o qual estou muito curioso em (re)descobrir.


Aewyre (e Kror por arrasto) neste volume toma um lugar mais secundário. O seu arco narrativo continua a ser  proeminente, mas não acontecem eventos assim tão relevantes, é como se estivesse a “guardar” para eventos mais importantes. 


Longe da “ribalta” e com avanços pouco significativos nas suas narrativas continuam Lhiannah, Worick e Taislin que continuam em Ul-Thoryn, com os dois primeiros ainda prisioneiros em Allahn Anroth. Slayra tem um destino quase igual, passando praticamente toda a narrativa sentada e a dar de mamar aos filhos, mas “salva-se” quase no final com uma surpreendente jogada que lhe irá (de certeza) levar a novos e excitantes caminhos. E Allumno? Faz só duas aparições apenas para vir confirmar que está em acelerada rota de colisão com o seu mestre. E Seltor, o Flagelo, o Anátema? Bem esse está cada vez mais estranho e mais interessante para o leitor que sou com os seus actos que até os seus mais leais súbditos estranham. E Dilet, o Bobo, finalmente revela-se ao mundo como a criatura verdadeiramente maligna que é.


Esboço da Arte da Capa original pela mão do Samuel Santos


Quanto à escrita, já tinha mencionado que entre o primeiro livro e o segundo existe um salto considerável na qualidade da escrita do Filipe e neste volume volto a notar um salto, mas desta vez é algo mais especifico: as cenas de lutas. Até este livro as descrições das lutas eram invariavelmente longas e detalhadas a um nível tal que, no meu caso, ao invés de me envolver faziam-me querer passar à frente. Assim ao quinto livro o Filipe muda mais uma vez para melhor passando a deixar de lado o acessório e a concentrar-se no essencial e assim deixar espaço à imaginação do leitor para preencher os espaços em “branco”. Apenas lhe posso dar os parabéns por tal decisão.


A actual capa genérica da Presença 


Agora que venha o Fado da Sombra.

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