Hoje é celebrado o Dia Mundial do Livro e dos Direitos dos Autores. O dia fica marcado por algumas iniciativas que visam promover a leitura e infelizmente também pela polémica entre a editora Saída de Emergência (SdE) e o banco Caixa Geral de Depósitos (CGD). Grosso modo a SdE tinha programada uma colaboração com a CGD, uma parceria em que a segunda distribuiria os livros da primeira nos seus balcões, mas que foi cancelada porque "alguns livros continham linguagem com potencial de ferir a susceptibilidade de alguns clientes, não os considerando adequados ao posicionamento e imagem do banco". Mas o que é isto de "ferir a susceptibilidade"? Mas os bons livros não fazem precisamente isso? Não nos agitam e fazem pensar? Que seria do mundo sem os livros que nos emocionam, que nos escandalizam e nos revoltam? Os bons livros são outras realidades, outras perspectivas, outras pessoas. São tudo o que fui, sou e serei e o que nunca alcançarei ser. São outras realidades que não a minha. Os livros são o que foi, o que é, o que será e a imaginação do que nunca existirá. Defender os livros, mesmo os de que não gostamos, é defender o meu ponto de vista, mas também o teu e o dele, o nosso e o vosso e claro o deles, é defender o Mundo, pois se hoje atacam o deles amanhã será o meu. Pois vamos ler livros obscenos e que escandalizem, que façam rir e chorar, que entretenham e façam pensar, vamos defender o Livro pois ele somos todos nós e nós ele. Vamos ler pois ler é compreender e compreender é conhecer e conhecer é viver, vamos ler.
Sem comentários:
Enviar um comentário