A revista digital Somnium é uma publicação do Club de Leitores Ficção Científica do Brasil e que tenho acompanhado desde o número 105 (mas que na realidade é o 5) altura em que começaram a ter além do tradicional PDF também os formatos MOBI e claro o que eu uso, o Epub.
Logo a abrir esta edição da Somnium temos uma entrevista, dirigida por Clinton Davisson, com Richard Diegues editor da (falecida) Tarja Editorial (e escritor). É uma conversa muito interessante pois mostra como não é só em Portugal que existem problemas com publicação de Ficção Cientifica e Fantasia. As dificuldades que por cá passamos também são partilhadas com os Brasileiros, desde os editores aos leitores. Para ler e reflectir pois as diferenças para Portugal são quase inexistentes.
Seguem alguns contos sobre os quais dou a minha breve opinião:
Contos:
Lenda Urbana de A. Z. Cordenonsi - O autor inspirou-se nas lendas urbanas (dai o título) e nos efeitos de propagação que essas mesmas lendas tem na população, mas nos nossos dias em que as redes sociais são o veiculo dessa propagação. Levando esta ideia um pouco mais longe todo o conto é escrito como se o autor apenas tivesse copiado os comentários e os tivesse colado numa folha de Word por ordem cronológica. Apesar de à partida a ideia até parecer interessante na pratica não me agradou muito o "produto final".
Projecto de Mulah de Tróia XXVIII de B. B. Jenitez - O que estaria disposto a fazer pelo amor da vossa vida? O que estariam dispostos a sacrificar pela felicidade de uma família? É o que vamos descobrir quando um escritor famoso e Físico Teórico pretende trocar essa toda essa fama pela felicidade pelo seu Amor e pela unidade e felicidade da família ao planear regressar no "Berço Temporal" (não perguntem que não sou Brasileiro) para salvar o ex-marido do seu Amor. Se parece complicado é porque é complicado. A narrativa é escrita na primeira pessoa o que me pareceu uma escolha acertada, visto que a personagem principal conta a sua história de um modo bem realista, complicado, mas realista. Apesar de lá para o meio ter começado a achar que o autor estava complicar desnecessariamente acabei por gostar do resultado final.
O Paradoxo do Eu Mesmo de Alexandre Santos Lobão - Mais um conto onde as viagens no tempo são o tema central. Nesta temos Boltzmann, um cientista que passou quarenta e dois anos a provar as suas teorias, mas agora quer dar a prova definitiva e mais não posso dizer sem estragar a o conto. A narrativa passa-se num auditório onde o personagem principal revela as suas descobertas e o problema que encontrou. Gostei do tom (bastante) científico, mas que receio afastará alguns leitores menos habituados ao termos científicos. O final poderá não agradar a todos também.
Num Potinho sem fundo de Adriana Alberti - Um conto "dedicado" às recordações, emoções e aos sentidos embrulhados em magia. Embora tenha apreciado formalmente este conto não é o meu tipo de história (pelo menos para já).
Espírito Natalino de Ronald Rahal - Um conto de Ficção Científica que começa com uma premissa interessante, mas que degenera em propaganda religiosa cristã, o que foi pena.
Segue-se a secção de resenhas, mas claro que muito dificilmente os leitores portugueses saberão dos livros que lá são mencionados.
No fim temos uma homenagem a editora Tarja escrita por Álvaro Domingues intitulada "Once Upon a Time..." (algo como Era uma vez). Singela, mas acredito que merecida, embora não possa falar muito pois só conheço a editora pela sua fama.
Mais uma boa revista que eu aprecei bastante ler, que mesmo em "brasileiro" não tive dificuldade em ler e perceber. Agora é esperar pelo número seguinte.
Viva Marco,
ResponderEliminarBem agora não largas o digital sim senhor e o que tens sido surpreendido com agradáveis surpresas, muito bem :)
E obrigado por partilhares o conteudo desta revista, por acaso tinha na ideia que o Brasil estava com um fulgor nunca visto pelo menos a nível de lançamentos de Fantasia, mas acredito que a FC esteja igual sim, infelizmente :)
Muito bem, mais um excelente texto :)
Abraço
Olá Fiacha
EliminarEu não "largo o digital" já lá vai ano e meio ;) e sim tenho tido muitas surpresas agradáveis e é por ser tão agradáveis que eu as partilho! E tu quando é que "agarras o digital"?
Um abraço