E a revista
Trasgo está de regresso.
Editorial - Além
do habitual desfilar do conteúdo da revista ficamos a saber que a revista irá
ser gratuita até ao número quatro.
Contos:
Rosas de Ana
Lúcia Merege – Um casal que já passou a idade da propagação da espécie vive uma
vida de rotinas. Ele é um professor e está fora de segunda a sexta e ela vive
em casa e cuida das suas preciosas rosas. Gostei do conto, embora quase ao
início tivesse vislumbrado o fio condutor da história e que lhe dita o
inevitável fim, mas isto não lhe tira o mérito de ser uma boa história.
Cinco Bilhões de
Victor Oliveira de Faria – Um Sol vermelho está morrer e é preciso salva-lo,
mas algo está errado…
Um conto com uma
premissa interessante, mas que falha quer na estrutura narrativa quer nos
factos científicos apresentados.
A estrutura
narrativa é desequilibrada com a “reviravolta” a acontecer demasiado cedo e com
uma segunda parte que é um enorme infodump. Rescrevendo o conto,
alongando certas partes e intercalando a acção que decorre no longínquo futuro
como que se passa no futuro próximo faria maravilhas.
Os factos
científicos também mereciam mais atenção para, e utilizando uma expressão
brasileira, não dizer bobagem. Por exemplo o Sol só se vai transformar em
gigante vermelha daqui a cinco mil milhões de anos (ou como dizem no Brasil
cinco biliões de anos) o que contradiz o que vem no conto em que se diz que o
Sol, já vermelho, vai morrer na altura em na realidade vai passar a gigante
vermelho. Existem mais alguns erros destes, que não interferem com a leitura,
mas que exigem pouca procura, eu em cinco minutos na Wikipedia soube logo os
detalhes todos e contribuiriam para uma história mais real, não só para os que percebem do assunto como para os outros que aprendem algo.
Hamlet: Weird
Pop de Jim Anotsu – Uma jovem encenadora chamada Viola está quase a estrear uma
peça de William Shakespeare, “Hamlet”. O problema é que Shakespeare não gostou
da versão e do além intima Viola a cancelar a peça sob pena de morte. Quem
entrega estas devastadoras notícias é o duende Puck, não só um personagem de
Shakespeare, mas aqui também advogado. Este conto está particularmente
engraçado e bem escrito. Não só a historia e a narrativa são muito boas como
também apreciei a perspicácia com que o autor critica a morosidade da Justiça (algo
que me parece que Portugal e o Brasil partilham), mas também outros assuntos,
mas mais não digo porque não quero estragar a leitura a ninguém.
Código Fonte de
George Amaral – A Juventude Eterna é o tema deste conto de FC do qual gostei bastante,
mas sobre o qual é difícil escrever sem estragar a leitura, basta dizer que
nada é o que parece...
A Maldição das Borboletas Negras de Albarus Andreos – Embora tenha apanhado o essencial deste
conto (acho eu), o facto de ter sido escrito num linguagem com “sotaque
cerrado”, quer nas expressões, quer no modo como foi escrito, quer ainda pela
utilização de alguma mitologia Brasileira (e apesar de eu ter visto “O Sitio do
Pica-pau Amarelo) fez com que eu, um Português, não tenha conseguido aprecia-lo
devidamente.
O Homem Atômico
de Cristina Lasaitis – Um velho mendigo percorre as praças e esquinas de S.
Paulo dizendo que é um físico que trabalhou num programa secreto do presidente
Médici, mas como mendigo ninguém lhe liga, pelo menos ao início. A sua
presença, mas principalmente a sua oratória vão tornando-se casa vez mais
apreciados e a sua história também... Um magnífico conto que quer pela sua
história, quer pela sua narrativa e claro pelo seu final que eu apreciei muito.
Tal como a edição anterior edição também neste edição temos um entrevista e mostra do trabalho do autor da capa, Alex Leão e claro as entrevista aos autores dos contos que participaram nesta edição da Trasgo.
Podem descarregar a Revista Trasgo nos formatos epub e mobi.
Viva,
ResponderEliminarBem isso é que é aproveitar o telemóvel, muito bem cada vez mais curioso ;)
Abraço
Sim e conheço alguém que também devia aproveitar o seu telemóvel.
EliminarUm abraço
Muito obrigado pelo elogio.
ResponderEliminar\o/
Olá Jim Anotsu
EliminarEu é que agradeço pelo teu conto que me deu grande prazer a ler!
Um abraço
Olá, Marco!
ResponderEliminarMuito obrigado pela resenha da Trasgo, e obrigado também por ajudar a divulgar a revista! É ótimo ver como os leitores enxergam cada parte da revista para poder fazer cada vez melhor. :)
Abraços!
Rodrigo
Olá Rodrigo
EliminarEu (e os leitores tenha a certeza que também) é que agradeço pelo vosso excelente trabalho.
Venha agora o terceiro número.
Um abraço e bom trabalho