terça-feira, 25 de março de 2014

Opinião - Revista Trasgo 1



A Trasgo é uma revista digital (Brasileira) de Ficção Cientifica e Fantasia que pretende, e citando o editorial:

preencher a lacuna deixada por uma série de revistas de contos que popularam o imaginário da ficção científica brasileira nas décadas de 70 e 80.

Sem mais demoras passo à opinião do editorial e respectivos contos.


Editorial – Como não podia deixar de neste primeiro número o editorial expressa as suas intenções sempre numa nota de esperança para que o futuro lhe sorria e eu espero que sim.

Contos:

Ventania de Hális Alves – Um conto pós-apocalíptico, supostamente ao estilo “Mad Max”, e inserido no subgénero do Dieselpunk, com a acção a passar-se no Nordeste do Brasil. Sinceramente não gostei, não percebi bem onde estava a parte do Dieselpunk, e se tivesse de o enquadrar num subgénero seria Eólicapunk ou Ventopunk (à vossa escolha). A parte do “Mad Max” também me pareceu algo forçada, visto os três filmes serem maioritariamente “on the road” (na estrada) e a acção deste conto se passar no edifício que dá nome ao conto. Também a escrita não me convenceu. O autor passou a primeira parte com descrições desnecessárias, como por exemplo escrever o modelo das armas e o modelo e cor de uma mota (mais que uma vez) e o final.. bem nem o entendi de tão .

Azul de Karen Alvares - Uma história em tons de azul, aliás em tons de azul-escuro. É uma história sobre uma maldição, azul como não podia deixar de ser. Um conto “giro” que apesar de alguma imaginação não me pareceu assim tão especial.

Náufrago de Marcelo Porto – Um ferryboat que faz a travessia de uma foz avaria e fica à deriva. Uma tempestade forma-se e arrasta o ferryboat, mas o que parecia ser uma estranha tempestade é na realidade um portal temporal que transporta o barco quinhentos anos para trás onde se vão deparar com a chegada de uma caravela Portuguesa que os ataca logo. Um conto com muita acção e História e do qual gostei, principalmente pela reviravolta final embora tenha ficado no ar (pelo menos) uma pergunta sem resposta...

Gente é tão bom de Cláudia Dugim – Uma mulher na fase da menstruação e com um humor capaz de afastar leões e um acidente industrial numa indústria de galinhas. Estranho é a primeira palavra que me vem à mente para descrever este conto, estranho mas bom. Isso e não ter “papas na língua” que utiliza e ainda bem, digo eu. Gostei bastante.

A Torre e o Dragão de Melissa de Sá – Uma contos de fadas, com uma princesa presa numa torre e príncipes que tenta salva-la. Gostei deste conto e da reviravolta final, embora já tivesse “adivinhado” a reviravolta.


Segue-se uma entrevista e a apresentação dos trabalhos gráficos de Filipe Pagliuso, autor da capa. E claro uma entrevista a todos os autores presentes nesta edição. Apenas gostaria de destacar a entrevista a Marcelo Porto que se diz fã de FC, mas que ainda está “descobrindo os clássicos do gênero como Asimov e Ray Bradbury”, algo que eu não deixei de considerar algo caricato.


Em jeito de conclusão achei esta nova publicação interessante, pese embora ter achado o primeiro conto bastante fraquinho em relação ao resto. Espero que seja uma publicação para continuar.


Podem descarregar a Revista Trasgo nos formatos Epub e Mobi

6 comentários:

  1. Viva,

    Sim senhor, não queres outra coisa que não o digital assim aproveitas todos os momentos que podes para ler.

    Quanto à revista e ao conteúdo, parece-me bem, tem para todos os gostos :D

    Abraço

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    1. Olá Fiacha

      Não é que eu prefira o digital, mas como dizes assim dá para aproveitar todos os momentos, até porque não gosto de ler no PC.

      Realmente esta revista tem contos para todos os gostos, e a segunda também. Lá mais uns dia e publico a minha opinião sobre o segundo número.

      Um abraço

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  2. Olá Marco! ;)
    Gostei muito da sua resenha! Sim, confesso que tive que procurar o que significa "giro" - sendo brasileira, nunca tinha ouvido falar a gíria! rs - e fiquei bem feliz ao ver que significa "legal" aqui pra gente! É muito bom saber que nossos textos estão sendo lidos aí do outro lado do oceano!
    Também estou lendo a segunda edição, a proposta da revista é ótima!
    Abraços e obrigada pela resenha!

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    1. Olá Karen

      Bem-vinda ao meu blog.

      Ainda bem que gostas da minha resenha, eu também gostei do teu conto.
      Apesar de existirem algumas palavras que são diferentes entre Portugal e o Brasil acho que de um modo geral nos entendemos bem. Tenho lido algumas coisas desse lado do oceano e não nota assim tantas diferenças, ou pelo menos que impeçam a leituras "normal" dos textos.

      Já li a segunda edição e achei-a muito boa.

      Um abraço

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  3. Olá, Marco!
    Muito obrigado por sua resenha! Graças a resenhas como esta a Trasgo tem crescido pouco a pouco. :D

    Ia te contar da segunda edição, mas pelo visto você já a leu. Esperamos sua opinião então!
    Um abraço,
    Rodrigo

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    1. Olá Rodrigo

      Obrigado pela visita. Espero que a Trasgo cresça quer no Brasil, mas também em Portugal, porque acho que este intercâmbio entre estas duas margens do Atlântico e que falam a mesma língua só tem a ganhar.

      A minha opinião sobre o segundo número já está publicado, venha o terceiro.

      Um abraço

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